Aula 8-68: A dual natureza da luz


Investigações a respeito da natureza da luz

Breve histórico

Personagem

Principais realizações

Pitágoras

(★ 570 495 a.C. ✝)

→ Defendeu a luz como sendo uma entidade que se emanava dos olhos e que era capaz de detectar a presença das coisas visíveis (Platão também cria em algo semelhante).

Euclides

(★ 323 283 a.C. ✝)

→ Escreveu o mais antigo de que se tem notícia trabalho sobre óptica e, assim como os pensadores supracitados, defendia a teoria da emissão de raios luminosos a partir de nossos olhos.

Abu Ali Al-Hasan Ibm Al-Haitham

(★ 965 1040 ✝)

→ Segeriu que a luz não se emanava dos olhos e, sim, advinha do mundo externo para dentro deles; sendo eles, os olhos, constituídos de lentes. Al-Haitham deu muitas outras contribuições para a ciência óptica e é considerado, por muitos, o pai desta ciência.

Christian Huygens

(★ 1629 1695 ✝)

→ Buscou explicar o fenômeno da refração sugerindo que a luz possuía umma natureza ondulatória.

Isaac Newton

(★ 1642 1727 ✝)

→ Buscou explicar o fenômeno da refração sugerindo que a luz possuía uma natureza corpuscular.

→ Demonstrou que a luz, ao se chocar contra um anteparo, empurrava-o — e isto corroborava sua tese, já que tal efeito é próprio de partícula.

Thomas Young

(★ 1773 1829 ✝)

→ Realizou o experimento da dupla fenda e, tal feito, depôs a favor de Huygens e da natureza ondulatória da luz.

Jean Léon Foucalt

(★ 1819 1868 ✝)

→ Mediu a velocidade da luz na água e obteve um valor inferior a velocidade da luz no ar.

Albert Einstein

(★ 1879 1955 ✝)

→ Explicou, por meio da teoria do efeito fotoelétrico, valendo-se da teoria corpuscular da luz, o movimento dos elétrons proveniente da incidência sobre objetos metálicos.

Louis de Broglie

(★ 1892 1987 ✝)

→ Explicou que todas as coisas, embora possam ser compostas por partículas, também se comportam como onda.



A luz segundo Christian Huygens

Que um feixe de luz mudava de direção ao passar de um meio para outro, era fato notório desde a antiguidade. Christiaan Huygens, físico inglês contemporâneo de Newton, explicou que este fato se devia a natureza ondulatória da luz.

   

A frente de onda, ao chegar inclinada à superfície que divide os meios, faz com que primeiro penetre uma parcela da frente de onda e depois a outra. A parcela que primeiro a penetra, interage com o meio fazendo com que a sua velocidade mude, ao passo que a parcela que ainda está por entrar mantém a sua velocidade inalterada. Este suposto fenômeno está representado na figura ao lado. Segunda a teoria de Huygens, a luz deveria reduzir de velocidade ao passar do ar para água.

 

 

 

A luz segundo Isaac Newton

Newton propôs, como explicação para o fenômeno da difração, que a luz era composta de partículas, assim como os meios nos quais ela podia transitar. Dois meios diferentes eram compostos por partículas de massas diferentes, o que fazia com que os raios de luz (feixes de partículas) fossem gravitacionalmente influenciados pelas partículas constituintes dos meios. A luz, ao passar de um meio a outro, sofria influência gravitacional do meio que acabara de penetrar e, então, teria a sua velocidade e, possivelmente, direção alteradas. Segundo a teoria de Newton, a luz aumentaria de velocidade ao passar do ar para a água.

 

 

 

Experimento de Thomas Young

Em 1801, o cientista inglês Thomas Young realizou o experimento da dupla fenda. Neste experimento, uma luz monocromática era disparada contra duas placas fendidas e dispostas em sequência, a primeira delas continha uma fenda e a segunda continha duas fendas. Atrás dos obstáculos havia um anteparo detector de luz.

   

Se a luz fosse constituída de corpúsculos, ela não contornaria os obstáculos (não refrataria) e luz nenhuma seria detectada no anteparo detector. Se a luz fosse uma onda, então ela refrataria contornando os obstáculos e atingiria o detector formando um padrão de interferencia de ondas, evidenciando um comportamento característico de luz

O resultado obtido por Young no experimento demonstrou que a luz se comporta como onda (veja a ilustração acima), depondo contra o que afirmava Newton e corroborando a tese de Huygens.

 

Análise matemática do experimento de Young

Observe que podemos extrair do aparato experimental a seguinte relação:


Assim, podemos dizer que haverá interferência construtiva quando:


E interferência destrutiva quando:

 

 



Conclusão

Ao largo de uma longeva e inacabada investigação, inúmeros cientistas se debruçaram sobre este tema e apresentaram trabalhos que ora nos fazia crer ser a luz uma entidade corpuscular, ora ondulatória. Hoje cremos que a luz é uma entidade de natureza dual; sendo simultaneamente onda e partícula.